A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA DA
INCLUSÃO ESCOLAR- ABORDAGEM BILINGUE NA ESCOLARIZAÇÃO DA PESSOA COM SURDEZ.
A Construção de um caminho pedagógico para o Atendimento
Educacional Especializado (AEE) para pessoas com surdez numa perspectiva
inclusiva, com base em princípios decorrentes de novos paradigmas, tem
encontrado dificuldades para se efetivar, em virtude de problemas relacionados
a decisões político-filosóficas, pedagógicas, metodológicas e de gestão e
planejamento da escola brasileira.
O AEE para alunos com
surdez, na perspectiva inclusiva, compreende e reconhece o potencial e as
capacidades dessas pessoas, buscando o seu pleno desenvolvimento e
aprendizagem.
No processo educativo a
educação bilíngüe é um direito da pessoa com surdez. Decreto nº 5626, de 05 de
dezembro de 2005.
Segundo Damázio (2007), o
AEE envolve três momentos didático-pedagógicos:
1- O
Atendimento Educacional Especializado EM LIBRAS: fornece a base conceitual dos
conteúdos curriculares desenvolvidos na sala de aula, em LIBRAS (Língua
Brasileira de Sinais), articuladamente com o professor da sala de aula.
Ocorre
no horário oposto á escolarização e é um trabalho complementar em LIBRAS, ao
que está sendo estudado em sala de aula.
A
proposta pedagógica é possibilitar a ampliação da relação dos alunos com o
conhecimento. Cabe ao professor do AEE o planejamento do atendimento, levando
em consideração: acolhimento de todos os alunos; Identificação das habilidades
e necessidades educacionais específicos dos alunos; parceria com os professores
da sala de aula; estudo dos termos científicos das áreas especificas em LIBRAS;
identificação, organização e produção de recursos didáticos acessíveis a serem
utilizados para ilustrar as salas de aula comum e do AEE e realizar avaliação
da aprendizagem por meio da LIBRAS.
1-
O Atendimento Educacional Especializado DE
LIBRAS: o professor precisa ter conhecimento da estrutura e fluência em LIBRAS;
desenvolver os conceitos em Libras de forma vivencial e elaborar recursos
didáticos
O
AEE deve ser planejado com base na avaliação do conhecimento que o aluno tem a
respeito da Libras e realizado de acordo com o estagio de desenvolvimento da
língua em que o aluno se encontra.
O
professor do AEE, após avaliação inicial, fará uma organização didática para melhor
desenvolvimento do aluno com surdez.
Cabe ao professor do AEE, também, avaliar sistematicamente a
aprendizagem do aluno em LIBRAS.
2-
O Atendimento Educacional Especializado DE
LÍNGUA PORTUGUESA: a proposta pedagógica para ensinar português escrito para
alunos com surdez, orienta-se pela concepção bilíngue – LIBRAS e PORTUGUÊS
escrito. No AEE para ensino de Língua Portuguesa escrito é importante
considerar: o aluno com surdez e o ato de ler; aluno com surdez e o ato de
escrever; processo de letramento que perpassa a Educação Infantil e o ciclo de alfabetização
e depois o fundamental. O AEE deve ocorrer no horário oposto á sala de aula,
envolver articulação entre professor do AEE (com formação em letras) e o
professor da sala de aula comum. O Objetivo do atendimento do AEE é desenvolver
competências linguística, bem como textual dos alunos com surdez. O atendimento
do AEE para o ensino da Língua Portuguesa não utiliza a LIBRAS, e deve mediar o
processo de atenção gradativa desta pelo aluno com surdez. As aulas devem ser
preparadas de acordo com o estágio de desenvolvimento e aprendizagem dos alunos,
diariamente. O ensino da Língua Portuguesa por escrito é de extrema importância
para o desenvolvimento e aprendizagem do aluno com surdez em sala de aula comum
e na vida social.
Na perspectiva Inclusiva da Educação de pessoas com
surdez, o bilingüismo que se propõe é aquela que destaca a liberdade do aluno
se expressar em uma ou outra língua e de participar de um ambiente escolar que
desafie seu pensamento e exercite sua capacidade perceptivo-cognitiva, suas
habilidades para atuar e interagir em um mundo social que é de todos,
considerando o contraditório, o ambíguo, as diferenças entre as pessoas.
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